Cada filho é diferente, é um aprendizado...
Pedro sempre foi um menino calmo, obediente e extremamente
reservado.
Para mim, que sou bastante extrovertida, acaba ficando fácil
esse relacionamento.
Ele se espelha em mim e eu vou ensinando como faz para ir se soltando,
enfrentando os amigos mais agressivos ou desrespeitadores.
Já peguei o jeito desse relacionamento.
Com a Ana Júlia, é uma verdadeira luta.
A mocinha é destemida, ousada... a tal da SUPER SINCERA e acaba
inconveniente. Já cansei de passar constrangimentos.
O jeito foi fazer "marcação cerrada".
Mesmo assim, nesses últimos meses a coisa foi saindo de controle.
Ela entrava no quarto do Pedro e no meu (na nossa ausência, claro),
se aproveitando de uns poucos minutos que a Cíntia estava preparando
o lanche e mexia em tudo. Pegava coisas, estragava outras, escondia...
Já conversei, coloquei de castigo e confesso que até já bati!
No final de fevereiro eu estava à beira de um ataque de nervos e
acabei procurando ajuda psicológica para mim!
Na primeira sessão de avaliação eu já cheguei chorando, dizendo que
eu era uma fracassada, que trancava as portas para conseguir que ela
obedecesse a ordem de não mexer no que não era dela.
Para minha surpresa, a psicóloga me disse que eu estava fazendo tudo certo,
que a pequena deve aprender a respeitar os limites.
Diferente do que a maciça maioria me dizia, ela tem idade sim, de saber
que precisa respeitar esses limites.
O que abriu a minha cabeça foi o fato de que ela estava conseguindo atenção
com essas atitudes!
Em 1/2 hora, ela me deu umas dicas de como repreender uma atitude errada, sem
dar demasiada atenção a essa atitude.
A solução sempre esteve na minha cara, mas eu estava cega:
Eu devia parar de "sair do sério" quando ela fizesse algo errado.
Repreenda, coloque de castigo se for necessário, mas mantenha a calma.
Ela deve entender que não consegue a sua atenção com más atitudes.
Foi difícil manter a calma quado a mocinha arrancou as flores da área comum
do prédio... apesar de TODO DIA ser alertada que isso não se faz!
Foi quase um milagre me controlar quando ela deu um "murro" num menino de
8 anos, amiguinho do prédio! Pode?????? Ela tem 5 anos!!!!!
Segui a risca todas as dicas, não me descontrolei.
Repreendi, coloquei de castigo, deixei alguns dias em casa, quando todos os
amigos estavam brincando felizes em lindas tardes... andando de byke, brincando
de esconder e tals.
Além de manter o auto controle, nas poucas vezes que ela fazia algo certo,
eu parava tudo e elogiava, abraçava, beijava e dizia o quanto a amava e me
sentia feliz e orgulhosa por ser sua mãe!
Houve momentos em que eu achava que "a partida estava ganha" e baixava a guarda.
Affff... tudo regredia muito rápido, em questão de horas a coisa ia por água abaixo!
Eu retomava o controle e aos poucos, ia vendo a mocinha me surpreender.
Hoje ainda tranco as portas do meu quarto e do Pedro, mas ela sabe que eu confio
que será por pouco tempo.
Eu disse que vou dar uma chance a ela quando ela fizer 6 anos.
Virou um "mantra" aqui em casa:
Elogios a gente fala, críticas a gente pensa!!!
Na 6a feira, dia 16/03, eu havia prometido a ela que traria 2 amigas para
almoçar e passar a tarde.
Ela estava radiante, mas acabou desobedecendo e fez uma birra quando
contrariada.
Eu alertei para o fato que se ela não voltasse atrás, eu suspenderia a vinda
das amigas.
Pagou pra ver se eu teria coragem de cumprir essa ameaça e perdeu!
Eu liguei para as mães, pedi desculpas mas disse que ela estava de castigo.
Nem acreditei no resultado MEGA positivo.
A menina passou a semana toda sem dar um pingo de trabalho, colaborando
e até oferecendo ajuda em todos os sentidos!
Na última 6a feira, as 2 amigas vieram e ela não se cabia de tanta felicidade.
Brincaram de casinha, de lousinha, de fantasias de princesas... me ajudaram
a fazer cupcakes e ela até hoje me agradece com muitos beijos, abraços e carinhos.
Só posso dizer que a gente sempre deve pedir ajuda quando se sente impotente.
A solução é sempre muito mais fácil do que a gente imagina.
Eu tô feliz! Muito feliz!!!!
Fofasssssss!!!